Era um ioguim muito velho que nem sequer recordava a sua idade, mas mantinha a consciência clara como um magnífico diamante, embora o seu rosto estivesse enrugado e o seu corpo fosse como o de um frágil passarinho. Estava aprazivelmente sentado sob uma árvore, quando chegou um grupo de jovens com inquietudes e sensibilidades espirituais, e lhe perguntaram:
- Ouvimos dizer que é de uma serenidade inquebrantável. Como viveu para chegar a esse estado?
- Com lucidez e compaixão; mas ainda outra coisa, meus caros: sempre vivi de instante em instante. Se faço as minhas abluções, faço as minhas abluções; se lavo a loiça, lavo a loiça; se dou um passeio, estou a passear; e se morro, então morro.
E morreu.
Fonte: Os Melhores Contos Espirituais do Oriente, de Ramiro Calle
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